Enurese noturna (Xixi na cama)
Enurese noturna (EN) pode ser definida como a micção involuntária durante o sono em crianças acima de 5 anos de idade, na ausência de defeitos congênitos ou adquiridos do sistema nervoso central (SNC).
Na idade de 5 anos, a prevalência de enurese em meninos é de 15% – 22%, e em meninas, de 9% – 16%.
Existe uma diminuição progressiva da prevalência com o aumento da idade, sendo de apenas 1% aos 15 anos de idade e de 0,5% na fase adulta.
Apesar de ocorrer resolução espontânea na maioria dos casos, quando isso não acontece até os 7 anos de idade, a enurese torna-se um problema para a socialização da criança.
A fisiopatologia da EN ainda não é completamente entendida. No entanto, o mais aceito é que existe um atraso na maturação de alguns sistemas responsáveis pela continência durante o sono, sendo que em cada indivíduo, múltiplos fatores podem contribuir em combinações diferentes.
Além disso, o componente hereditário é importante em muitos casos.
Qual a diferença entre a Enurese Primária e a Secundária?
A maioria das crianças com enurese noturna nunca permaneceram secas à noite por um período superior a 6 meses.
Essas crianças são consideradas como tendo enurese noturna primária (ENP)
Quando a EN surge após um período sem perdas superior a 6 – 12 meses, é denominada de EN secundária (ENS).
Qual a diferença entre Enurese Mono ou Poli-sintomática?
Enurese pode ocorrer isoladamente, sendo conhecida como EN mono-sintomática (ENM), ou associada com sintomas miccionais diurnos, como por exemplo: urgência miccional, perda urinária por urgência, dificuldade miccional e diminuição do jato urinário.
Sintomas diurnos associados são encontrados em 10% – 28% das crianças com EN.
Quando isso ocorre, há necessidade de uma investigação mais abrangente do quadro, por exemplo, com avaliação urodinâmica.
Solução para Enurese noturna
A terapia comportamental deve ser considerada como primeira opção no tratamento de crianças com enurese.
As principais técnicas para modificação comportamental com intuito de controlar a enurese incluem:
- alarme urinário,
- técnicas de treinamento vesical,
- responsabilidade reforçada,
- reforço positivo,
- despertar em horários programados,
- orientações sobre micção, e
- treinamento de retenção controlado.
Um programa de terapia comportamental tem maiores chances de sucesso quando combina várias dessas técnicas de tratamento, podendo ser associadas ou não a medicamentos, dentre os quais se destacam os anticolinérgicos, a imipramina e a desmopressina (DDAVP), devendo a escolha do medicamento e da dose ser individualizada.
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