Exames Diagnósticos em Urologia
Os exames diagnósticos em urologia oferecem informações detalhadas sobre os principais procedimentos utilizados na avaliação da saúde do trato urinário e órgãos reprodutivos masculinos.
Abordaremos o espermograma, que analisa a fertilidade masculina, o antígeno prostático específico (PSA), utilizado no rastreamento do câncer de próstata, o estudo urodinâmico, que fornece dados sobre a função da bexiga e uretra, a cistoscopia, um procedimento endoscópico para visualização da bexiga e uretra, e a urotomografia, uma técnica avançada de imagem do trato urinário.
Descubra como esses exames desempenham um papel essencial no diagnóstico preciso e no tratamento eficaz das condições urológicas.
Espermograma
O espermograma é o principal exame na avaliação da infertilidade masculina. Entretanto, deve ser interpretado com cautela. Antes de tudo é preciso verificar se o exame foi feito em condições adequadas e em laboratório de confiança.
Para realizar o espermograma, solicita-se a abstinência sexual por um período de 3 a 5 dias. A coleta da amostra de sêmen é realizada no próprio laboratório. Sempre são necessários dois exames de espermograma, com intervalo de no mínimo 2 semanas entre eles, pois pode haver grande variação.
Os seguintes aspectos podem ser avaliados:
- volume do esperma;
- pH (acidez);
- viscosidade;
- cor;
- liquefação do sêmen;
- número de espermatozoides;
- motilidade dos espermatozoides (quantitativo e qualitativo)
- morfologia dos espermatozoides;
- número de leucócitos.
Antígeno Prostático Específico (PSA)
PSA (sigla em inglês para antígeno prostático específico) é uma protease, cuja função é a liquefação do fluido seminal.
É considerado um marcador órgão-específico (específico da próstata) e não doença-específico, podendo elevar-se não só no câncer de próstata, mas também em outras duas comuns doenças da próstata: a prostatite e a hiperplasia benigna da próstata.
Outros fatores com infecções, massagem, biópsia ou ressecção prostática também podem elevar seus valores.
Com relação aos valores normais, deve ser levado em consideração a idade do paciente e o volume da próstata (o mesmo aumenta com a idade, os valores do PSA tendem a aumentar paralelamente). A avaliação da velocidade de elevação do PSA, bem como do percentual das isoformas do PSA (total e livre) são importantes armas diagnósticas na suspeita de neoplasia e decisão quanto à indicação de biópsia de próstata.
O PSA é utilizado ainda no estadiamento e seguimento pós tratamento dos pacientes com neoplasia de próstata.
Estudo Urodinâmico
O exame consiste na introdução de um pequeno cateter no interior da bexiga. Na maioria das vezes, esse cateter possui dois canais: um que irá aferir a pressão no interior da bexiga, e outro que será utilizado para realizar o enchimento vesical com soro fisiológico.
Além disso, é necessária introdução de um pequeno balão no reto, cuja função é aferição da pressão abdominal.
Durante o enchimento, o seu médico irá solicitar que você diga tudo o que está sentindo com relação ao enchimento da bexiga. Após enchê-la, será solicitado que você urine normalmente para esvaziá-la.
O estudo urodinâmico é um exame realizado para avaliar o funcionamento da bexiga e esfíncteres da uretra. Permite o diagnóstico de inúmeras condições, como:
- incontinência urinária e seus subtipos;
- obstruções vesicais associadas à hiperplasia benigna da próstata;
- disfunções miccionais associados a bexiga neurogênica.
Quando indicado, esse exame é essencial para o seu médico definir e predizer a resposta ao tratamento que será proposto. Além disso, é um exame que também pode ser decisivo quanto a indicação ou não de um tratamento cirúrgico.
Cistoscopia
Cistoscopia (ou uretrocistoscopia) é um exame endoscópio das vias urinárias baixas que possibilita uma visibilização ótica dos segmentos uretrais, do interior da bexiga e da porção terminal dos ureteres.
Como é feito?
O exame dura cerca de vinte minutos. O aparelho utilizado para sua realização é o cistoscópio. Na maioria das vezes o exame é realizado com anestesia local, em forma de gel, mas pode necessitar anestesia geral, conforme o caso.
Normalmente, é feito em ambulatório, não necessitando de internação. O cistoscópio carrega em sua extremidade lâmpadas de xenon e halógenas e uma minicâmera que transmite por fibra ótica imagens para um monitor. O aparelho pode também, em casos de necessidade, retirar fragmentos de tecidos para biópsias. É normal que apareça uma pequena quantidade de sangue na urina após.
Para que serve o exame?
As principais indicações da cistoscopia são:
- diagnóstico e acompanhamento dos tumores da bexiga ou da uretra;
- infecções urinárias de repetição;
- avaliação do tamanho da próstata;
- divertículos da uretra ou da bexiga;
- fístulas;
- corpo estranho dentro da bexiga.
Urotomografia
As evoluções tecnológicas que tem sido implantadas nos equipamentos de tomografia computadorizada aumentaram sua precisão diagnóstica e reduziram o tempo de exame.
A urotomografia é uma aplicação relativamente nova de tomografia computadorizada que surgiu devido a recentes melhoras no “hardware” e “software” dos equipamentos dotados de múltiplos detectores.
É considerada, na atualidade, o melhor método de imagem para a avaliação de cálculos renais (pedras), podendo ser utilizada ainda para o diagnóstico e estadiamento de tumores do trato urinário, bem como para investigação de hematúrias persistentes.
Qual a recomendação para o preparo antes do exame?
A única recomendação para o exame de urotomografia é que a bexiga deve estar parcialmente repleta de urina para melhor demonstração dos cálculos localizados na junção ureterovesical.
É sempre necessário o uso de contraste?
Muitas vezes não é necessário que seja administrado meio de contraste, pois os cálculos são hiperdensos e facilmente visíveis.
A administração do meio de contraste pode facilitar a demonstração da localização do cálculo e o estudo de anormalidades no sistema excretor (dilatações ou estreitamentos). Quando necessário o uso de contraste sempre deve ser verificado o risco de alergias ou contra-indicações (insuficiência renal).
Quais as vantagens da reconstrução em 3D?
A reconstrução em 3D proporciona analisar a estrutura, a forma e a topografia dos rins com acurácia imprescindível. Nas patologias de litíase, pielonefrite e hidronefrose, a reconstrução 3D é usada como rotina, permitindo uma visualização detalhada das alterações anatômicas e auxiliando no planejamento de intervenções cirúrgicas.
Além disso, a tecnologia 3D também tem sido aplicada no mapeamento vascular renal, proporcionando uma melhor compreensão da vascularização renal e auxiliando no diagnóstico de doenças renais vasculares.
Com a reconstrução em 3D, torna-se possível uma avaliação mais completa e precisa das condições renais, contribuindo para um melhor manejo clínico e terapêutico dessas patologias.
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